A VERDADE NAS DÍVIDAS
Uma família que tem muito claro diante de todos o que é essencial e importante nas despesas do dia-a-dia, agora caminha para mais uma etapa da reorganização financeira: o pagamento das dívidas.
Há muitos motivos de endividamento. Desde descontrole financeiro e consumismo até situações extremas de desemprego, doença ou morte em família. Porém, independente da sua origem, a dívida tira a tranquilidade, a paz e a qualidade de vida da família.
Num endividamento intenso, em que não sabemos por onde começar a resolução, há algumas sugestões que realmente funcionam para muitas pessoas.
Em primeiro lugar, você faz a lista de seus credores. Anote o valor das dívidas uma a uma, como vimos no texto “O Bicho-de-sete-cabeças”. Depois, desta lista você faz ouras duas listas. Uma com credores Pessoa Física e outra com os credores que são Pessoas Jurídicas. Organize as listas como achar mais adequado: por ordem alfabética, por tamanho de dívida ou por tempo de dívida.
Nossa orientação é começar um planejamento de pagamento pela lista das Pessoas Físicas. Lá estão a cabeleireira, o cunhado, a avó, o mecânico e outras pessoas que você encontra no dia-a-dia e contam com o recebimento do seu dinheiro.
Mas antes de falar com qualquer pessoa sobre pagamentos, saiba exatamente quanto sobrou de seu orçamento doméstico (veja o texto “O Orçamento Doméstico da Sua Família!”), após manter as necessidades mensais da sua família. E com este valor você inicia o pagamento das dívidas. Há situações em que a família deve R$ 100.000,00 e somente sobram R$ 50,00 mensais. E estes mesmos R$ 50,00 são o primeiro valor para liquidação das dívidas (veja o texto “O Ponto de Partida”).
Sabendo o quanto pode pagar por mês, converse com todos os credores das duas listas. Fale da sua vontade de pagar a todos, mas explique o quanto pode pagar hoje. Fale a verdade! Sem exageros nem dramas, conte que reconhece a dívida e que a pagará. É impressionante o efeito que ocorre quando lidamos com a verdade no pagamento das dívidas.
Perceba que esta segurança para negociar vem de todo um trabalho que sua família fez: reconhecimento do problema, mapeamento do problema, conhecimento dos gastos, implantação do orçamento doméstico.
Na medida em que for sobrando mais recursos financeiros ou houver um valor extra, você inicia um outro parcelamento e vai até o fim com ele.
Ao longo dos meses, você perceberá que gradativamente mais credores estarão dispostos a negociar – pois todos querem receber.
Talvez, este momento seja o mais delicado e vulnerável para quem está reorganizando sua vida financeira. Porém, pelas experiências que presenciamos, eventos curiosos e surpreendentes acontecem. Faça o teste! Faça as listas! Veja o que você tem! E seja verdadeiro com as pessoas!
O resultado é inesquecível!